“Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém.” (Vinícius de Moraes)

Esse mês nos presenteia com duas Luas Novas sendo que esta lunação capricorniana acontece no grau 9º.e anuncia a virada do ano civil.

2025 inicia com a atmosfera desta lunação cardianal, onde Saturno transita em Peixes na casa VIII e é o ponto focal da quadratura T, envolvendo Júpiter e Mercúrio. (Para reforçar a temática, temos a presença de Marte em Leão na casa I fazendo oposição a Plutão em Aquário na casa VII).

Será um período que vai suscitar todo o tipo de ajuste de contas, finalização de processos, redirecionamento de metas, planejamentos estratégicos ou, ainda, profundas avaliações estruturais. Seja onde for, em que setor da sua mandala essa vibe estiver presente, seu anseio pode ser a necessidade premente de acertar as pendências. Ou ainda: colocar tudo na balança e se questionar: vale quanto pesa? Qual a relação custo/benefício?

A lunação localiza-se na casa VI, um setor zodiacal que pede a modificação de hábitos nocivos para a manutenção da saúde. Capricórnio evoca o compromisso pessoal e pede reflexões quanto à motivação verdadeira que nos orienta. Saturno é o senhor do tempo e nada acontece (nem frutifica) sem dedicação e trabalho. E não adianta querer apressar o fluxo do rio.

Você sabe que essa fase do ciclo mensal é muito propícia para iniciar um novo ciclo e, se você tiver algum planeta em torno dos graus 0o. a 19o. dos signos cardinais (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), essa lunação é sua! Observe qual área de experiência da sua carta natal estará sendo ativada nesse próximo mês pela lunação.

A predominância do elemento Terra acentua a tenacidade, a disciplina, a necessidade concreta de estabelecer um método e mensurar resultados palpáveis. Logo, a “régua está alta” nos próximos trinta dias para todos nós. 

Uma das reflexões possíveis para inspirar nossa caminhada ao longo desse mês poderia ser o alerta do poeta Vinícius.

Capricórnio aprende a sobreviver através da ausência e da adversidade. Protege-se da existência tolerando a falta de afeto. Às vezes, até duvida do seu próprio valor. Assim, acredita que a autossuficiência, duramente construída ao longo dos anos, o torna invulnerável. Só que não. Não adianta se apoiar em uma visão superdimensionada de si mesmo como uma estratégica para minimizar suas carências. A aparente solidez desta auto-imagem esconde a tristeza de saber-se só. E, quando isso é projetado nas relações afetivas, a convivência torna-se muito difícil: reclama por afeto (e não o manifesta).

Dentro desse quadro de pura tensão emocional, Saturno em Peixes, na casa VIII, deixa ir o que não serve mais: o tempo faz a sua obra e se esgota. Saturno coloca limites na vastidão pisciana e lembra que o anseio da fusão não pode anular a alteridade que nos constitui. Relações simbióticas estão presentes nas primeiras fases de nosso desenvolvimento infantil. Depois disso, tornam-se extremamente tóxicas e doentias.

Lidar com as frustrações de suas expectativas não atendidas, amadurecer, abraçar o isolamento e fazer dele seu cadinho alquimíco, transformando a ilusão da separatividade em conexão profunda com tudo e todos, no silêncio das pausas… é o trabalho cotidiano do laboratório interior. Saturno é o grande mestre que nos ensina a perseverar e nos ajuda a nos tornarmos o que já somos em potencial.

Colhemos o que plantamos, inevitavelmente. E a quadratura entre Vênus e Urano favorece os rompantes e as mudanças bruscas nas relações afetivas, apostando em novos caminhos.

Então o convite é: saia do seu isolamento e arrisque-se a amar. Sempre valerá à pena (se sua alma não for pequena, claro).

Não ande distraído pela existência: oriente-se pelos céus.