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Hilda Hilst

Hoje, homenageamos uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX, Hilda Hilst. Filha de fazendeiros de café, nasceu em 21 de abril de 1930 em Jaú, interior de São Paulo. Entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1948. Porém, dois anos depois, já lançava seu primeiro livro, Presságio,  iniciando sua carreira como escritora. No ano seguinte, veio o segundo livro de poesia, Balada de Alzira. 

Decide se dedicar totalmente à literatura, tornando a fazenda da família, em Campinas (SP), como espaço de residência e inspiração. Ali, fez uma casa planejada de modo que se tornasse, também, um espaço de criação artística – a Casa do Sol, sendo que só ficou pronta em 1966. ​Durante o período de construção, realizou viagens para o exterior, as quais acabam trazendo-lhe novas referências ao seu trabalho. Durante o ano de 1957 viveu em Paris durante seis meses e, em 1960, foi para Nova Iorque.

Na Casa do Sol, viveu com o escultor Dante Casarini e produziu mais de oitenta por cento da sua obra. Sua generosidade era notória, pois abrigou outros escritores como residentes, entre eles Caio Fernando Abreu e Lygia Fagundes Telles. Ainda que tenha começado a escrever através da poesia, Hilda foi transitando por diferentes gêneros literários como a ficção, as crônicas e a dramaturgia ao longo dos anos, tendo produzido mais de quarenta títulos.

Conhecida por tratar de temas socialmente polêmicos, ela desenvolveu um estilo de escrita inovador, que retrata, com incrível sensibilidade, a condição humana. Com um trabalho bastante progressista, escrevia de forma intimista e sensual sobre o universo feminino. Outra característica de sua obra é o fluxo de consciência e o debate de questões existenciais, que, conforme a autora, era um de seus grandes focos de trabalho. Para ela, a escrita era uma ferramenta de busca do sentido para a própria vida. 

Boa parte de sua produção teve as edições originais esgotadas, porém, nos anos 2000, a Globo Livros reeditou sua obra completa. Hilda recebeu uma quantidade expressiva de premiações e seus textos foram traduzidos para o francês, inglês, italiano e alemão. 

Morreu aos setenta e três anos, em 4 de fevereiro de 2007, devido à falência múltipla de órgãos. Com o intuito de manter sua obra e inspiração vivas, amigos criaram o Instituto Hilda Hilst que, até hoje, mantém seu acervo e a Casa do Sol. Para quem não conhece seu trabalho, sugerimos o site do Instituto (http://www.hildahilst.com.br/) que traz, em formato digital, um considerável acervo e informações da escritora. 

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