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Leila Diniz

Hoje, 25 de março, Leila Diniz estaria completando hoje 78 anos!  Como um meteoro, teve uma vida rápida e marcante. Iniciou sua carreira como atriz, atuando em peças teatrais dirigidas pelo seu marido, Domingos de Oliveira, aos 17 anos.  Após o divórcio, estreou na televisão sendo a protagonista da primeira novela produzida pela Globo, “Ilusões Perdidas”, em 1965. O sucesso lhe rendeu muitos outros papéis na TV, tendo realizado doze novelas nas diferentes emissoras da época.  A fama também lhe rendeu a atuação no cinema em dezenas de filmes e como modelo em propagandas de grandes marcas. Contudo, seu maior legado foi seu jeito de ser!  Ariana, ousada e altamente progressista, Leila ficou conhecida por declarações polêmicas e atitudes chocantes para a sociedade conservadora dos anos 1970. Foi a primeira brasileira a estampar capas de revista grávida e usando biquíni. Não tinha papas na língua, falava sobre si mesma sem tabus, tocando em temas como relacionamentos e sexualidade de uma forma aberta, incomum e extravagante para a época. E pagou um preço alto por ser quem era!  Na publicação de uma entrevista ao Jornal Pasquim, onde 72 palavrões mencionados foram substituídos por asteriscos, declarou que via amor e sexo como questões distintas, sendo possível amar alguém e transar com outra pessoa. Essa fala tornou o exemplar de 1969 um dos mais vendidos do jornal e provocou a ira do governo ditatorial que instaurou um decreto de censura prévio a publicações da imprensa, o famoso “Decreto Leila Diniz”. Quando atuava em um programa da TV Tupi em 1971, precisou fugir pelos bastidores enquanto dois policiais a buscavam com uma ordem de prisão. Após um período escondida no sítio de um amigo, em Petrópolis, teve sua prisão revogada mediante a assinatura de um termo em que se comprometeu a cessar atividades políticas e não falar mais palavrões publicamente.  Foi demitida da TV Globo e sem conseguir melhores empregos, começou a atuar como vedete em teatros de revista. A profissão, já em decadência, toma novo fôlego nacional com a presença de Leila, que passa a ser considerada Rainha das Vedetes.  Em 1971, também foi eleita Rainha da Banda de Ipanema durante o Carnaval.  Sua morte ocorreu em um estranho acidente aéreo em 1972 quando voltava de uma viagem à Austrália.  Sua filha, Janaína, foi criada pelo casal de amigos, Marieta Severo e Chico Buarque. Em um período em que a moral e os bons costumes tentavam moldar mulheres passivas e recatadas, Leila foi uma força de resistência e revolução, abrindo caminho para que as brasileiras soubessem que lugar de mulher é onde ela quiser!
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