“O que é o medo? Um produzido dentro da gente, um depositado. E que, às vezes, se mexe, sacoleja, e a gente pensa que é por causas: por isso ou por aquilo, coisas que só estão é fornecendo espelhos.” (Guimarães Rosa)
Na doutrina das correspondências, o signo de Libra está associado aos rins, órgãos vitais e misteriosos, citados inúmeras vezes ao longo dos evangelhos e em vários textos das Medicinas ancestrais de diferentes povos.
A medicina ocidental nos lembra que sua principal tarefa é filtrar o sangue, ou seja, remover todos os resíduos tóxicos que são resultantes do metabolismo corporal (você é o que come e o que pensa, já diziam os antigos).
Para a Medicina Tradicional Chinesa, são a morada da alma e estão associados aos ancestrais. A força vital ali reside. Em 1995, tive a graça de ser aluna do Mestre Liu Pai Lin e aprendi que a mulher, ao engravidar, doa a energia Jing, raiz da vida, força ancestral celestial, que reside em seu rim, ao futuro bebê. Um ensinamento que até hoje me faz meditar sobre a presença da linhagem familiar.
Os rins representam a força, a inteligência e a resistência à adversidade. Os desejos secretos ali teriam a sua morada. A MTC associa este órgão ao elemento Água: de uma maneira simbólica, todas as nossas emoções e sentimentos passariam por eles. Sendo órgãos duplos (assim como os pulmões), também têm associações com os ouvidos e os pés. Daí a importância de saber escutar (-se). Uma característica libriana, sem dúvida, que exerce a empatia de acolher os diferentes pontos de vista do outro.
É bem conhecido que o medo é a emoção que desequilibra os rins. O desassossego que gera insegurança, preocupações com o futuro, quando não reconhecido e “filtrado”, pode alojar-se em outros órgãos também, tornando o desequilíbrio psicofísico ainda maior.
Mas, nestes tempos de 2º. turno, vale lembrar que a expressão “cingir os rins”, encontrada tantas vezes no Evangelho, significa estar pronto para a luta. Resistamos à adversidade já que desistir não é uma opção.