Hoje é dia de celebrar Pagu, uma mulher que agitou o Brasil no século XX!
Nascida Patrícia Rehder Galvão, no interior de São Paulo em 1910, ainda criança mudou-se para a capital. Aos 18 anos, começou a frequentar círculos de artistas e intelectuais. O poeta Raul Bopp foi o responsável pelo apelido que a tornaria famosa. Nesse período, passou a atuar no Movimento Antropofágico.
Fumar em público, usar roupas sensuais, usar cabelos curtos, relacionar-se com quem deseja e dizer o que se pensa pode ser mais aceitável hoje em dia. Mas era um comportamento atrevido para as mulheres daquela época e que chocava a sociedade. Ela inspirou os artistas que buscavam referenciais modernos e autênticos, ficando conhecida como a “a musa dos modernistas”.
A relação triangular com Oswald de Andrade, então casado com Tarsila do Amaral, foi o pivô da separação. Pagu e Oswald se casaram no dia 1º de abril de 1930 e provocaram um grande alvoroço ao realizar a cerimônia no Cemitério da Consolação. O fato foi noticiado em todos os jornais pela estranheza do local e porque Pagu não escondia que estava grávida de seis meses. Depois do nascimento de Rudá, se tornaram militantes do PCB e fundaram o jornal O Homem do Povo. Divorciaram-se quatro anos depois.
A militância política cobrou-lhe um preço alto: mais de 23 prisões, inúmeros episódios de tortura pelos policiais militares e um encarceramento de cinco anos. Ao sair da prisão em 1940, passou a se posicionar como socialista trotskista. Casou-se com Geraldo Ferraz, com quem teve seu segundo filho, e passou a se dedicar ao teatro, redigindo e dirigindo peças.
Faleceu em Santos, em 12 de dezembro de 1962, aos 52 anos, lutando contra um câncer de pulmão. “Paixão Pagu: a autobiografia precoce de Patricia Galvão” foi elaborada por seus filhos, Geraldo e Rudá, a partir de textos inéditos da mãe (2005). No mesmo ano, a cidade de São Paulo comemorou os 95 anos de nascimento de Pagu com uma vasta programação que incluiu a exposição de seus livros e ilustrações, bem como de um acervo pessoal de fotos, ficando abertos à visitação no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS).
Pagu brilha no céu como a estrela que sempre foi, lembrando a beleza de sermos autênticos.